terça-feira, 24 de julho de 2012

Tapas na Cara


Não tem coisa pior do que ficar resfriada. Nariz escorrendo – eca! -, tosses demais, espirros escandalosos, dor de cabeça dos infernos, rouquidão, e uma vontade de ficar deitada na cama pelo resto do dia. Mas, como mulher, sou guerreira e não deixo uma gripezinha me abater. E o engraçado é que, nos meus piores dias – como hoje, que a gripe bateu – é que a inspiração também bate na porta. Ou na cabeça.

É impossível estudar o comportamento humano sem presenciá-lo todos os dias. E, se tem um lado quase bom de se trabalhar num balcão o dia inteiro, é que você pode estudar o comportamento humano. Não sou Annie Braddock, e também não quero ser antropóloga, mas é inevitável você não enxergar padrões.
Se tem uma coisa que me irrita nos dias de hoje, é que os pais deixaram de ser uma figura de respeito para ser uns merdas. E não to falando de merdinhas não, to falando daquelas merdas bem fedorentas mesmo.

Não sei em que momento da nossa história o fato de ter um filho deixou de ser uma benção pra ser um fardo. Talvez a partir do momento em que as nossas carreiras começaram a ser mais importante do que a família, ou a partir do segundo em que as adolescentes passaram a ter uma vida sexual mais ativa do que as pessoas casadas. De um jeito ou de outro, esse fardo dá mais dor de cabeça para as outras pessoas do que para os progenitores. Porque quando a criança começa a andar, falar e fazer “arte” é que os pais deixam os filhos serem educados pelas pessoas na rua. E isso me irrita mais do que eu posso me expressar em palavras.

Eu não sou obrigada a ficar de olho naquela criança que está correndo que nem uma doida pelos corredores do supermercado, muito menos a prestar atenção nela quando ela começa a chorar e espernear quando quer aquela bala ou aquele chocolate. O papel de educação é dos pais, mas eles – em vez de lidar com as birras – dão para as crianças o que elas querem só pra elas calarem a boca.

É fato, e todo mundo sabe disso. Não fazem mais pais como antigamente, que batiam na bunda dos filhos quando eles aprontavam para lhes ensinar uma lição; ainda mais depois daquela lei que proíbe os pais de ensinarem os filhos à base das palmadas.

A pura verdade é que eles criaram uma nova raça de humanos, que vem mimados e mal acostumados. Fico chocada de ver as crianças chorando e fazendo birra por poucas coisas. Quem foi que disse que bater nos filhos – na bunda, e não na cara! – não é educar? Umas palmadas na infância impedem os seus filhos de serem adolescentes rebeldes e mimados, e de se tornarem adultos cuzões.

É pra se pensar, não? Dizer não pros seus filhos não machuca, bater na bunda pra educar não sangra e repreendê-los por suas falcatruas não vai fazê-lo um psicopata

Nenhum comentário:

Postar um comentário