Chega de falar de dicas de mulherzinhas. Vamos falar da
Tekpix – não, espera, propaganda errada.
Vamos falar de livros?
Semana passada eu vi em vários lugares a frase ‘Heróis da
Nossa Geração’ com uma imagem dos três personagens de três sagas diferentes que
fizeram o maior sucesso entre os adolejovens. Bom, nada mais digno de chamá-los
assim – os heróis da geração dos nossos pais foram Chico, Cazuza, Cássia,
Elvis, Renato e assim por diante. Na nossa, que a música tá uma merda (sei que
vão me xingar, mas é verdade. Precisamos de ‘heróis’ melhores do que Michel Teló
e MC Catraca), os heróis vem dos livros.
Daí eu pensei que não seria uma má idéia falar sobre eles um
pouquinho. Tem muita gente por aí que não sabe muito bem do que falam as
histórias, ou que baseiam suas opiniões nos filmes. Então, como eu já li esses
livros e amo, eu vou fazer essa série de postagens sobre as personagens dos
livros – porque são bastantes personagens bons, não só os principais – pra divulgar
as histórias como elas merecem.
Vou começar por uma paixão pessoal que está tomando meu
tempo e energia há uns quatro anos:
Achou que eu ia começar por outro, né? Eu pensei sobre isso,
mas Harry Potter já teve a sua parte
pelo mundo, e eu não conheço uma pessoa que não saiba pelo menos alguma coisa
sobre ele. Eu escolhi o Percy porque ele é mal interpretado.
Quando eu ouvi sobre esse livro pela primeira vez, eu pensei
‘nossa, que chatice’. Filhos de deuses gregos foi uma tecla muito batida lá
pelos anos 80 e 90, com os seriados Hércules
e Xena – A Princesa Guerreira. Quero
dizer, todo mundo sabe como isso acaba, de uma forma ou de outra – lutas dramáticas
entre caras de togas.
Mas eis que surge Rick Riordan, um texano professor de História
que era apaixonado por história grega. Ele conta que inventou uma história para
o filho Haley, que gostou tanto que incentivou o pai a escrevê-la e publicá-la.
Um
viva para Haley Riordan!
Na verdade, a história de Percy Jackson se passa na atual
Nova York, e não na Antiga Grécia, como a maioria das histórias de semideuses. O
que é um bônus enorme, porque elimina aquela linguagem ‘tu és pra mim (um chuchu que colhi na vida ♪)’.
Percy é quem narra os
primeiros cinco livros – sim, há mais, yaaay!!
– contando as suas aventuras em tempo real. Ele se descreve como um menino problemático
de doze anos que acontece de se meter em encrencas, e que nunca pára numa
escola. Ele é filho de mãe solteira, e ela nunca fala no pai dele. Suspeito, né.
Ao contrário da
maioria das histórias, que falam dos Poderosos Filhos de Zeus - sem falhas,
defeitos ou pontos fracos - Percy é filho de Poseidon disléxico, hiperativo e com
déficit de atenção, que não tem papas na língua e que não é exatamente a pessoa
mais esperta do mundo.
No primeiro livro,
descobrimos que o seu melhor amigo Grover é um sátiro – versão para menores -,
seu professor de História paraplégico é, na verdade, Quíron – o tutor de heróis
mais famoso que existe – e que a sua professora de Matemática é um monstro (e
todas não são?). Ao longo da saga, vão surgindo muitos monstros que nós estamos
carecas de saber quem são – como a Medusa, o Minotauro, a Hidra e o Leão da Neméia
– e, claro, os deuses do Olimpo.
O que é legal dessa série
é que Riordan adapta as personagens das histórias antigas com características atuais,
e ainda dá aquela idéia de originalidade que abraça o livro com perfeição. E ainda
dá aquela lição de moral sutil – oi! A história se repente. Mudanças são necessárias.
Confie em seus amigos estranhos, mas desconfie daqueles perfeitos demais. Cuida
da natureza. Pégasos gostam de donuts. Essas coisas...
Esse post tá ficando
bem grande, então vou dar uma pausa. Eu volto ainda essa semana para falar mais
um pouco das personagens – e vou fazer um esforço para fazer isso sucintamente,
porque eu costumo divagar demais quando falo sobre livros.
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